
Como a DM9 Perdeu o Grand Prix em Cannes e Redefiniu o Uso Ético de IA na Publicidade
Entenda como o uso de inteligência artificial levou à retirada do prêmio Grand Prix em Cannes da DM9. Um alerta para o futuro ético da publicidade.
Trinet Digital
7/8/20253 min ler
O caso que abalou a indústria criativa
Em um dos maiores festivais de criatividade do mundo, o Cannes Lions, um episódio inédito colocou a inteligência artificial no centro de um debate ético. A agência brasileira DM9 teve o Grand Prix de Creative Data revogado após ser constatado o uso indevido de IA no vídeo de apresentação de um case.
O vídeo incluía trechos manipulados de forma digital — como uma falsa reportagem da CNN Brasil e um TED Talk simulado — elementos que violam os princípios de veracidade exigidos pelo festival. O episódio não só resultou na perda do prêmio, mas também levou à retirada voluntária de outros trabalhos da agência que estavam sob suspeita.
Por que isso se tornou um divisor de águas?
A situação gerou repercussão global por colocar em evidência os limites éticos da inteligência artificial em campanhas publicitárias. A questão deixou de ser apenas criativa e passou a envolver integridade, confiança e transparência.
Na prática, o que se viu foi o uso de IA para criar uma narrativa visual convincente — mas sem base na realidade. Em vez de apresentar resultados concretos e verificáveis, o material usou deepfakes e simulações como provas de eficácia. Isso acendeu o alerta vermelho entre jurados, clientes e profissionais do mercado.
A resposta imediata do festival
Diante da gravidade do caso, o Cannes Lions adotou medidas rigorosas e estruturais:
Introdução de um código de conduta mais rígido para as agências participantes
Obrigatoriedade de declarar qualquer uso de inteligência artificial nos materiais inscritos
Implementação de ferramentas para verificar a autenticidade dos vídeos
Criação de um comitê especializado em IA, ética e integridade para avaliação dos cases
Possibilidade de cassação de prêmios e sanções para fraudes futuras, como banimento de festivais
Essas ações têm como objetivo proteger a credibilidade do evento e preservar a relevância das premiações.
O impacto na reputação da criatividade brasileira
O caso gerou repercussão especialmente forte no Brasil, já que o país havia conquistado destaque como um dos grandes nomes da criatividade global naquele ano. A perda do Grand Prix acendeu o debate sobre até onde vale ir para ganhar visibilidade.
A DM9 reconheceu o erro, removeu as campanhas do ar e anunciou internamente a criação de um comitê de ética para revisar processos criativos. A iniciativa é um passo importante, mas o dano à reputação já havia se espalhado. O episódio comprometeu a imagem da agência e colocou em xeque a percepção sobre a autenticidade da criatividade publicitária brasileira.
O que profissionais de marketing devem aprender com isso
Esse episódio deixa lições valiosas para agências, criadores de conteúdo e marcas:
Ética é a nova criatividade
Não basta ser visualmente impactante. Uma ideia criativa precisa ser fundamentada na verdade, na responsabilidade social e no compromisso com a transparência.
IA deve ser aliada, não atalho
Ferramentas de inteligência artificial são poderosas, mas seu uso deve ser declarado, consciente e alinhado com os valores da marca. Manipular conteúdo sem transparência é um risco real.
Confiança é um ativo inegociável
No marketing atual, a confiança do consumidor, do cliente e da comunidade criativa é essencial. Ao perder essa confiança, a marca pode comprometer anos de reputação por causa de uma ação pontual.
O futuro da criatividade na era da IA
O caso da DM9 marca o início de uma nova era na publicidade: a era da transparência algorítmica. Não estamos mais discutindo apenas o impacto visual das campanhas, mas também sua origem, veracidade e ética
Nos próximos anos, espera-se que:
Mais festivais e premiações adotem regras claras sobre o uso de IA
Agências invistam em comitês internos de ética criativa
Profissionais de marketing passem a incorporar a integridade como pilar da criação
O consumidor se torne mais crítico quanto ao conteúdo que consome e compartilha
A inteligência artificial não vai desaparecer. Ela será cada vez mais integrada aos processos criativos. O que muda é a forma como ela será usada — e quem estará disposto a assumir a responsabilidade por seu uso.
Conclusão
O episódio envolvendo a DM9 não é apenas sobre um prêmio perdido. É um alerta poderoso sobre os rumos da indústria criativa em tempos de inteligência artificial.
Mais do que inovação tecnológica, o marketing precisa se comprometer com inovação ética. A confiança do público, a integridade da criação e a transparência na comunicação devem guiar a publicidade do futuro.
E para isso, não basta criar campanhas geniais — é preciso garantir que elas também sejam genuínas.


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